PSICOSSOMÁTICA A CIÊNCIA DA SAÚDE DO HOMEM INTEGRAL

11 de abril de 2018

Psicossomática deveria ser a principal área de conhecimento da medicina e de todas as demais ciências e atividades da saúde. Porém, com o avanço do reducionismo científico, o exagero das especializações e o excesso de oferta de exames e nomenclaturas diagnósticas, o conhecimento e a prática psicossomática ficaram em desuso.

Psicossomática não deveria ser apenas um adjetivo para classificar os sintomas que o sistema médico, da atual sociedade de consumo, não consegue diagnosticar, mas infelizmente é isso que vem acontecendo e, obviamente, esse adjetivo vem carregado de preconceitos. Isso é uma pena, pois no conceito de salutogênese, que visa o resgate do homem integral, psicossomática é um substantivo que está presente em todo e qualquer sintoma de adoecimento.

A psicossomática, após as contribuições de Carl Jung, nos permite afirmar que todo sintoma é uma espécie de expressão simbólica que no seu amago, correlaciona algum afeto, real ou imaginário, consciente ou inconsciente, com o núcleo da doença. Isso porque deve estar existindo um conflito entre o Ego, que é o centro administrador da consciência, com o Self, que é a totalidade do ser corpóreo, anímico e espiritual. Desta forma, quando um afeto, que pode ser qualquer tipo de estímulo, mesmo na forma de uma lembrança, está produzindo emoções, imediatamente o estado de consciência e a bioquímica ficam alterados. Ou seja, a emoção é, simultaneamente, o agente fixador da memória e desencadeante de alterações psíquicas, bioquímicas e fisiológicas.

O sintoma pode eclodir fora do tempo, sem ter relação direta com o evento traumático. Mas quando ele surge, para a psicossomática, é como se uma espécie de oráculo tivesse se aberto e, por isso mesmo, não podemos simplesmente eliminá-lo sem aprendermos os segredos que estão sendo secretados simbolicamente, apontando para o processo do autoconhecimento, único caminho para a verdadeira cura. Porque a psicossomática é a ciência que integra todos os aspectos do ser humano sejam eles biológicos, espirituais, sociais, profissionais, familiares, energéticos, políticos, etc.

Com isso, o profissional de saúde que trabalha neste paradigma deverá ter uma visão de homem holística e humanista, reconhecendo que a doença, psíquica e ou somática, é um sinal de desequilíbrio do ser total, podendo se tornar um grande caminho para o crescimento e o restabelecimento da saúde e da evolução do ser. Porque o verdadeiro psicossomatista vai buscar o sentido dos sintomas ao invés de ir atrás das causas, pois a verdadeira causa, na maioria das vezes, esta ligada a uma vida sem sentido.

Waldemar Magaldi Filho, psicólogo, mestre e doutor em ciências da religião, fundador e coordenador dos cursos de pós-graduação que titulam e formam especialistas em Psicologia Analítica, Psicossomática, Arteterapia e Dependências do IJEP – Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa        –       www.ijep.com.br


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