O FUTURO DEPENDE DA UNIÃO ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO

11 de abril de 2018

A história da origem da consciência acompanha a evolução da humanidade. Por isso, diante do desconhecido, na ausência do saber científico e da pouca organização social, foram criados os mitos, acompanhados de seus respectivos ritos, para poder abrandar o medo de cada grupo de humanos. Com o surgimento das estruturas sociais, os conjuntos de mitos e ritos foram institucionalizados passando a ser a base fundante das religiões, formatando as crenças, na forma de dogmas, para aliviar a angústia diante das questões existenciais: De onde eu vim? Para onde vou? Quem sou eu? Se é que vim, vou ou sou! Com isso, a identificação religiosa passou a ser elemento de inclusão social, obviamente fomentando conflitos e competições entre os grupos, que necessitavam de afirmação e poder.

Porém, à medida que os povos, com suas crenças, iam se estruturando, foram acontecendo o acúmulo do conhecimento empírico e científico e, no renascimento, as estruturas religiosas começaram a perder o poder e a ciência, por sua vez, foi assumindo o papel de responder as mesmas perguntas e aliviar a angústia existencial, inerente a todo ser humano. Neste instante, a humanidade deixa de ser regida pelos princípios do bom, ditados pelas instituições religiosas, e passa a ser orientada pelos princípios do verdadeiro, elaborados pela ciência.

Atualmente, uma nova quebra de paradigma está surgindo, porque com o avanço tecnológico e científico, os pesquisadores estão chegando a situações de conflito, como aconteceu na origem da humanidade, pois não estão conseguindo responder, cientifica e logicamente, muitos fenômenos da mecânica quântica, da genética e da natureza humana e cósmica e, por isso mesmo, começam a criar hipóteses que os aproximam do conceito de mistério e do sagrado. Ou seja, na atualidade, estamos presenciando o encontro da ciência com a religião e isso é muito bom, pois é a base do construto ético!

Depois dessa pequena e suscita explanação, podemos afirmar que tanto a ciência quanto a religião buscam aplacar a angustia humana diante do desconhecido, respondendo as questões existenciais e que, além disso, por estarem institucionalizadas, são ritualísticas e absolutamente fascinadas pelo poder, e é nisso que ambas devem tomar cuidado, para não entrarem em rota de colisão novamente! Para que isso não aconteça o belo, como terceira força para equilibrar o bom e o verdadeiro, deve estar presente em todas as áreas.

Por outro lado, para que a mente da maioria da humanidade possa gozar da liberdade suficiente para a quebra de mais um paradigma rumo a alteridade, num sistema de hierarquia entrelaçada, com inclusão e amor, será necessário algum esforço consciente, que começa com o autoconhecimento e a conscientização de que nossas ideias e ideais, estão aprisionados em padrões e condicionamentos, com fórmulas de pensamento, valor, percepção, intuição e ação, impostos pelas mais variadas instituições que regem, isolada e antagonistamente, cada um dos três gigantes da alma: o bom, o belo e o verdadeiro –  na forma de espiritualidade, arte e ciência, respectivamente.

O futuro depende dessa integração que deve acontecer, antes de tudo, no íntimo de cada ser humano!

Waldemar Magaldi Filho, psicólogo, mestre e doutor em ciências da religião, fundador e coordenador dos cursos de pós-graduação que titulam e formam especialistas em Psicologia Analítica, Arteterapia, DAC e Psicossomática do IJEP – Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa – www.ijep.com.br

wmagaldi@ijep.com.br


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