O CENTÉSIMO MACACO

11 de abril de 2018

Há uma história que eu gostaria de lhe contar. Sua mensagem pode conter a única esperança de um futuro para a nossa espécie! E a história do centésimo macaco (1):

O macaco japonês Macaca fuscata vem sendo observado há mais de trinta anos em estado natural.

Em 1952,” os cientistas jogaram batatas-doces cruas nas praias da ilha de Kochima para os macacos. Eles apreciaram o sabor das batatas-doces, mas acharam desagradável o da areia.

Uma fêmea de um ano e meio, chamada Imo, descobriu que lavar as batatas num rio próximo resolvia o problema. E ensinou o truque à sua mãe. Seus companheiros também aprenderam a novidade e a ensinaram às respectivas mães.

Aos olhos dos cientistas, essa inovação cultural foi gradualmente assimilada por vários macacos. Entre 1952 e 1958, todos os macacos jovens aprenderam a lavar a areia das batatas-doces para torná-las mais gostosas. Só os adultos que imitaram os filhos aprenderam esse avanço social. Outros adultos continuaram comendo batata-doce com areia.

Foi então que aconteceu uma coisa surpreendente. No outono de 1958, na ilha de Kochima, alguns macacos – não se sabe ao certo quantos – lavavam suas batatas-doces.

Vamos supor que, um dia, ao nascer do sol, noventa e nove macacos da ilha de Kochima já tivessem aprendido a lavar as batatas-doces. Vamos continuar supondo que, ainda nessa manhã, um centésimo macaco também tivesse feito uso dessa prática.

ENTÃO ACONTECEU!

Nesta tarde, quase todo o bando já lavava as batatas-doce antes de comer. Com isso, podemos deduzir que o acréscimo de energia do centésimo macaco rompeu, de alguma forma, uma barreira ideológica!

Mas vejam só:

Os cientistas observaram uma coisa deveras surpreendente: o hábito de lavar as batatas-doces havia atravessado o mar. Bandos de macacos de outras ilhas, além dos grupos do continente, em Takasakiyama, também começaram a lavar suas batatas-doces! (2)

Assim, quando um indeterminado número crítico de indivíduos atinge a mesma consciência, essa nova consciência pode ser comunicada de uma mente a outra. O número exato pode variar, mas o fenômeno do Centésimo Macaco significa que, quando só um número limitado de pessoas conhece um caminho novo, ele permanece como patrimônio da consciência dessas pessoas. Mas há um ponto em que, se mais uma pessoa se sintoniza com a nova percepção, o campo se alarga, de modo que essa percepção é captada por quase todos!

Este texto é um excerto do livro de Ken Keyers Jr. Que abriu mão dos direitos autorais para poder divulgar essas idéias a todas as pessoas. Pretendendo com isso que a humanidade, assim como aconteceu com esses macacos que foram observados, possa também fazer seu salto evolutivo rumo a um mundo menos desigual, consumista, competitivo, cumulativo e alienante! E é por isso mesmo que devemos, cada vez mais, estar engajados em conscientizarmos o maior número possível de pessoas para se dedicarem ao autoconhecimento, que é a meu ver a única possibilidade para salvarmos a humanidade da própria humanidade que está muito desumanizada e desacralizada!

[1] Ken Keyes, Jr., O centésimo macaco, o despertar da consciência ecológica, Ed. Pensamento, SP, 1990.

[2] Lifetide, de Lyall Watson, pg. 147-148, Bantam Books, 1980. Esse livro apresen­ta outros detalhes fascinantes

* WALDEMAR MAGALDI FILHO (www.waldemarmagaldi.com). Psicólogo, especialista em Psicologia Junguiana, Psicossomática e Homeopatia. Mestre e doutor em Ciências da Religião. Autor do livro: “Dinheiro, Saúde e Sagrado”, coordenador dos cursos de especialização em Psicologia Junguiana, Psicossomática, DAC – Dependências, abusos e compulsões, Arteterapia e Expressões Criativas e Formação Transdisciplinar em Educação e Saúde Espiritual do IJEP em parceria com a FACIS. wmagaldi@gmail.com


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